Numa cerimónia oficial a 3 de julho, a Dinamarca assumiu, pela oitava vez, a presidência do Conselho Europeu da União Europeia, sucedendo à Polónia.
As circunstâncias da ordem internacional, marcadas pelo aumento da incerteza, da competição económica e dos níveis de conflito, determinaram que a segurança e defesa da Europa seja anunciada como principal prioridade do programa da presidência dinamarquesa.
A guerra na Ucrânia e as ameaças norte-americanas à soberania da Gronelândia são fatores que justificam o reposicionamento da Dinamarca no que toca a um programa de defesa europeu, tendo, inclusive, abolido a cláusula de autoexclusão face à política de defesa europeia que, desde os anos 90, fazia da Dinamarca um forte opositor às despesas militares. Porém, o mundo mudou, e a primeira-ministra Mette Frederiksen tem sido muito clara quanto à atual posição do país: “Se estamos a tentar defender o nosso continente, então quem o fará por nós, europeus? Precisamos de rearmar a Europa até 2030, o mais tardar, e aguardo com expectativa o roteiro sobre a forma de alcançar este objetivo”.
Depois da segurança, a competitividade surge entre as prioridades dinamarquesas. O programa da presidência defende a “conciliação das palavras com a ação na resposta aos desafios que a União Europeia enfrenta”, com destaque para a transição verde, fundamental no reforço de uma Europa mais segura e competitiva. E aqui entra o papel atribuído à Agricultura e às Pescas. A Dinamarca compromete-se a trabalhar na simplificação e melhoria da regulamentação das políticas agrícolas e alimentares, e numa estrutura política que impulsione a inovação e o desenvolvimento para garantir um sector agroalimentar robusto e capaz de acelerar a transição verde.
Fonte: Euronews, 01/07/2025