Durante a reunião de Presidentes do COPA – Comité das Organizações Profissionais Agrícolas da Europa que se realizou em Bruxelas nos dias 25 e 26 de setembro, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Álvaro Mendonça e Moura, foi particularmente crítico da proposta da Comissão Europeia para o Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034 e a futura Política Agrícola Comum, alertando que coloca em risco o futuro da própria PAC e representa um dos maiores ataques de sempre ao setor agrícola europeu.

Álvaro Mendonça e Moura sublinhou que “Portugal é dos países mais prejudicados” pela proposta da Comissão, com o seu novo mecanismo de distribuição, a fusão de fundos, a ausência de compensação pela inflação, sofrendo uma das maiores perdas percentuais no envelope mínimo da PAC.

“Não se trata apenas de uma questão de recursos, é a própria ideia de uma política comum que é posta em causa”, uma vez que a Comissão propõe uma “verdadeira renacionalização da agricultura europeia”, em que os países mais ricos poderiam apoiar os seus agricultores de um modo que poria em causa a própria noção de um mercado comum com regras equitativas para todos. “Enquanto o pacote global aumenta, a agricultura é sacrificada. Esta proposta é inaceitável e põe em causa a segurança alimentar, a coesão territorial e a sobrevivência de milhares de agricultores portugueses e europeus”, afirmou.

Na sua intervenção, o presidente da CAP apelou a uma mobilização total: “É fundamental pressionar o Parlamento Europeu, o Conselho e, sobretudo, os Chefes de Estado e de Governo para que Ursula von der Leyen apresente uma nova proposta. A CAP apoia todas as formas de luta ao nosso alcance para alterar esta proposta e obrigar a Comissão Europeia a rever a estrutura e o orçamento propostos para PAC.”

A Confederação dos Agricultores de Portugal reafirma o seu compromisso em defender os agricultores portugueses e europeus, não aceitando nem renacionalização de políticas nem cortes que comprometam a sustentabilidade, a competitividade e o futuro da agricultura.


Fonte: CAP