Se há algo de que me possa orgulhar neste final de ciclo de seis anos como Presidente da CAP, é sentir que a agricultura está mais presente no quotidiano dos portugueses, mais visível no seu desempenho e valor económico, e mais reivindicativa do seu lugar no País.

Infelizmente, pela insignificância política da tutela actual, incompreensivelmente suportada pelo Primeiro-Ministro, o sector vive e confronta-se com dificuldades extraordinárias, evitáveis e ultrapassáveis, caso tivéssemos, como tivemos no passado, um(a) Ministro(a) dignos desse cargo. Não temos! É por isso muito importante que o próximo mandato, desde a primeira hora, se foque na resolução deste problema. Os riscos que espreitam no horizonte próximo, em especial os associados ao desastroso PEPAC, podem colocar os agricultores e o País numa situação nunca vivida desde que Portugal aderiu à União Europeia.

Mas a CAP está mais forte. Há que saber impor essa sua capacidade de intervenção e dar continuidade à demonstração da nossa união, como bem demonstraram as seis manifestações levadas a efeito desde Janeiro. A razão da nossa força, é a força da nossa razão.

Tudo o que um dia começa, um dia acaba, mas o importante é o durante, e esse, foi para mim algo que me marcou para a vida como nunca imaginara. Dos incêndios de 2017 à guerra na Ucrânia, as sucessivas secas e a apatia institucional sobre o tema Água, a “geringonça” e a exclusão das Florestas, a pandemia COVID, o Green Deal, a recepção do SG da ONU, os dois Conselhos de Presidentes, a Condecoração da CAP, a reforma da PAC, enfim, são apenas tópicos de um período recheado com os muitos assuntos que marcaram estes dois mandatos que agora terminam.

Devo uma palavra de agradecimento aos que solidariamente me acompanharam na Direcção e demais Órgãos Sociais, bem como o reconhecimento pela capacidade dos que trabalham na CAP, pela lealdade, brio profissional e empenho junto dos agricultores.

Aos que agora assumem os destinos da CAP, em particular ao novo Presidente, deixo um voto de esperança e de sucesso, manifestando toda a minha disponibilidade para colaborar na renovação da missão que em conjunto abraçamos. No meu primeiro Editorial após ter assumido a presidência da CAP, saudei todos quantos têm na agricultura o seu modo de vida e também os que se interessam pelo sector. Pois bem, agora que me preparo para “passar a pasta”, não encontro melhor forma de assinalar este momento, repetindo essa saudação. Bem hajam os Agricultores de Portugal.


EDUARDO OLIVEIRA E SOUSA

Presidente da CAP