O Ministério da Agricultura atingiu o seu ponto máximo de inoperacionalidade no que diz respeito à campanha às ajudas anuais da PAC. Três meses depois do seu início, a área candidata está apenas em 15% do total nacional que beneficia desta ajuda.

É uma situação extremamente preocupante e que tem exigido um esforço suplementar aos técnicos das organizações que realizam submissão de candidaturas dos agricultores e ainda existe muito trabalho para ser realizado nos próximos meses.

A CAP não aceita que este atraso do Ministério na definição das regras e no funcionamento do programa venha a prejudicar os agricultores, atrasando o pagamento que é realizado em outubro. Exigimos as mesmas condições que os agricultores espanhóis e franceses vão ter através de um aumento desse pagamento para 80% (em vez dos habituais 50%).

As eleições da CAP realizaram-se em formato eletrónico pela primeira vez, poupando os dirigentes associativos de uma deslocação a Lisboa para exercer o seu direito de voto. Esta alteração traduziu-se na maior participação de sempre em votação de lista única, tendo a lista vencedora conseguido 150 votos expressos.

As equipas que compõem os Órgãos Sociais no mandato 2023-2026 têm uma enorme renovação, mantendo-se a cuidado na representação das regiões e dos diversos setores da agricultura nacional.

Está aí mais uma edição da Feira Nacional de Agricultura, este ano fica marcada pela ausência de convite aos membros do Governo. A decisão representa coerência e solidariedade para com todos os agricultores que de forma massiva participaram este ano nas grandes manifestações realizadas de norte a sul. Também esta é uma forma de contestar o Ministério da Agricultura. Não é só com tratores e faixas que se protesta, é também com atitudes como esta que, se fosse seguida por todas as Organizações de Agricultores, seguramente seríamos todos muito mais respeitados.


LUÍS MIRA

Secretário-geral da CAP