Numa fase pós-pandemia, em que o país se deveria estar a preparar para o tão esperado relançamento da economia, o Governo dá vários sinais contra o desenvolvimento e o crescimento de uma agricultura competitiva e exportadora. Ao escolher fazê-lo cede a pressões ideológicas e, casos que surgem fruto da incapacidade de fiscalização e atuação do Estado, transformam-se em situações generalizadas de toda uma região através da comunicação social dos partidos animalista e de esquerda. Refiro-me concretamente à região de Odemira, de Alqueva e do Algarve que estão a ser atacadas por realizarem agriculturas rentáveis, preparando-se o Governo para as controlar através de uma carga burocrática enorme que vai, na prática, limitar muito o seu desenvolvimento.

Isto só acontece porque o Estado precisa destes partidos para aprovar o próximo Orçamento e não é capaz de fiscalizar. Não é precisa mais legislação nem mais controlo; é apenas preciso fazer cumprir a lei que já existe.

O Governo apregoa o aumento das exportações como uma prioridade económica mas, na prática, leva a efeito um conjunto de ações que impedem o seu crescimento. Existe até uma Secretaria de Estado da Internacionalização cujo objetivo é, supostamente, o aumento das exportações… Missão impossível se não se permite o aumento da capacidade produtiva e se trava a que existe!

Finalmente foi aprovada a PAC. Será mais verde, mais social, mais justa e “não deixa ninguém para trás”, segundo as palavras da Senhora Ministra. Para os agricultores portugueses, o verdadeiro impacto da nova PAC está por conhecer, e depende, mais do que nunca, das decisões que forem tomadas pelo Governo. Esperemos que a nova PAC não seja elaborada como a visão do Portugal dos Pequenitos! Uma situação destas, unicamente da responsabilidade da decisão nacional, seria o golpe mais duro que a Agricultura Portuguesa sofreria nos últimos 30 anos.

A CAP irá apresentar propostas para uma agricultura mais verde, mais produtiva e que consiga trazer mais rendimento aos agricultores e ao país, baseando essa mudança na tecnologia e na inovação. 


LUÍS MIRA

Secretário-Geral da CAP