Na reunião com Capoulas Santos, no dia 13 de março, a FENAREG apresentou as prioridades do setor e um conjunto de medidas de atuação para o regadio nacional, ao nível da água, da energia e do investimento.

Em resposta à situação da bacia hidrográfica do Sado, que desde 2016 se mantém em nível 3 de seca hidrológica, dependendo a 100% da compra de água a Alqueva, a FENAREG pede o ajustamento do tarifário uma vez que os atuais preços da água, agravados de 50% a 70% a pagar pelos agricultores, inviabilizam a maioria das culturas anuais (arroz, milho, entre outras) nas bacias ligadas ao Alqueva.

A Federação propõe a diferenciação do preço da água por nível de armazenamento necessário para repor os níveis das albufeiras, reduzindo o preço médio da água, em alta, de 3 cêntimos/m3 para 1,6 cêntimos /meros cúbicos.

“Esta medida representa um apoio estimado de 2,5 milhões de euros, que o Governo pode alocar indo buscar a verba ao fundo ambiental, disponível para fazer face a esta situação e que já apoiou situações de carência hídrica noutros pontos do país” lê-se no comunicado da organização.

No que diz respeito aos elevados custos com a energia – após o desaparecimento dos apoios da «eletricidade verde» em 2012 – foi novamente requerida a possibilidade de contratar duas potências elétricas diferentes ao longo de 12 meses e um programa para substituição das fontes de energia convencionais por renováveis nas explorações de regadio, como forma de reduzir o custo da fatura de electricidade no regadio.

A organização refere que Espanha e França já dispõem de “contratos de eletricidade sazonais para o regadio, sendo importante o governo português criar a mesma possibilidade de contrato, num país onde os preços de eletricidade são os mais altos da Europa e mais de metade da fatura são impostos e taxas”, frisa a FENAREG.

No que se refere ao investimento, a Federação insiste na continuidade da modernização do regadio, salientando que o “Programa Nacional de Regadios, anunciado pelo Governo será mais um progresso na adaptação às alterações climáticas, tal como a PAC pós-2020 deve assegurar a continuidade dos investimentos em regadio para melhor resiliência aos períodos de seca”, conclui FENAREG.