O resultado das negociações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos foi dos acordos que mais expectativa criou e também um dos últimos a ser anunciado. Só no passado domingo, 27 de junho, a partir da Escócia, Ursula von der Leyen e Donald Trump deram o aperto de mão simbólico que informou o mundo sobre as tarifas aduaneiras a aplicar à União Europeia: 15% sobre a maioria dos produtos (igual ao Japão) depois de uma ameaça inicial de 30%.
Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca para um segundo mandato, a possibilidade de uma guerra comercial assente num aumento exponencial das taxas sobre as importações foi colocada em cima da mesa, e dado um prazo para possíveis negociações durante o mês de julho, para que estas pudessem entrar em vigor a 1 de agosto. Contudo, uma ordem executiva da Casa Branca anunciou ontem que as novas tarifas globais só começarão a ser aplicadas a partir de quinta-feira, 7 de agosto, permitindo “uma maior margem a parceiros comerciais dos EUA que concordaram, ou estão prestes a concordar, com compromissos comerciais e de segurança significativos”.
No que respeita ao acordo conseguido pela União Europeia que evitou uma guerra comercial entre as duas potências, os Estados-membros têm mostrado alívio e unanimidade na posição de que “ter um acordo é melhor do que não ter nenhum”. Porém, também não têm faltado críticas pela posição de fraqueza com que a Europa se apresentou perante o seu maior parceiro económico (os EUA são o quarto maior destino das exportações portuguesas), com enfoque na deslocação da presidente da Comissão Europeia ao Reino Unido, o único país que abandonou a União (e que beneficiará das taxas mais reduzidas: 10%) para fechar as negociações com o presidente Trump.
Definir taxas de 15% foi justificado por Ursula von der Leyen como “o melhor que conseguimos” neste acordo-quadro que ainda terá agora de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e os 27 parlamentos nacionais antes de estar concluído.
Ainda sobre as tarifas a aplicar noutros países, destaque para o anúncio norte-americano de taxar o Brasil com 50%, o Canadá com 35% e o México com 30%.
Fonte: CAP