Enquanto as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira se mantêm como zonas não afetadas pelos vírus da língua azul, o território continental é considerado zona afetada pelos serotipos 3 e 4 do vírus desde outubro de 2024, ano em que também foi detetado o primeiro foco do serotipo 8.

Atualmente, a área geográfica afetada pelos serotipos 3 e 4 do vírus da língua azul é constituída pelos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Bragança. Quanto à área afetada pelos serotipos 3, 4 e 8 do vírus é composta pelos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro.

As medidas de combate à doença estão definidas desde 2002 (Decreto-Lei n.º 146/2002) e têm sido adaptadas em função dos resultados dos programas de vigilância, tendo por base a delimitação de zonas livres e zonas afetadas (no mínimo 150 Km de raio a partir do estabelecimento afetado), na implementação de condicionantes à movimentação animal das espécies sensíveis, na execução de programas de vacinação e no reforço da desinsetização de animais.

Em julho de 2023 a vacinação obrigatória contra os serotipos 1 e 4 do vírus da língua azul, do efetivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução, bem como do efetivo bovino, foi adotada como estratégia nacional, com o objetivo de se atingir uma elevada cobertura do efetivo nacional continental, promovendo a imunidade populacional contra estes serotipos circulantes na altura, o que resultou na marcada redução de surtos por estes serotipos.

Em 2024 foi dada continuidade a esta vacinação, e no início de 2025, dada a circulação de múltiplos serotipos, foi aplicada a obrigatoriedade da vacinação apenas à população de ovinos reprodutores, mais afetados pela doença.

Contudo, a partir de abril de 2025, foi alterada a abordagem relativa à vacinação contra os vários serotipos do vírus da Língua Azul, passando as vacinas a serem aconselhadas de acordo com o risco de circulação viral.  A DGAV distribui gratuitamente a vacina contra os serotipos 1 e 4 e subvenciona a aquisição das vacinas, de forma prioritária as vacinas contra o serotipo 3 a nível nacional e contra o serotipo 8 no concelho de Nisa, o único afetado até àquela data.

Em 2024 foi estabelecido um Plano de Vigilância Entomológica com o objetivo de estabelecer um período livre de vetor (Culicoides sp) que permite a declaração de áreas sazonalmente livres, ao monitorizar circulação do vetor da língua azul nas épocas do ano mais frias, uma vez que a baixa temperatura condiciona a sua atividade.

Perante a notificação de mais um foco de BTV8, o Edital nº 89 acrescenta o distrito de Faro à área de risco de ocorrência do serotipo 8 do vírus da Língua Azul (por se encontrar no círculo de 150 km do estabelecimento afetado) e especifica a nova área de vacinação prioritária contra o serotipo 8, que inclui os concelhos de Nisa e de Alcácer do Sal.


Fonte: DGAV