O ano de 2018 será determinante na definição da futura arquitetura da Política Agrícola Comum. A União Europeia terá de definir o seu Quadro Orçamental, o qual irá disponibilizar um montante para a PAC e, em consequência disso, será definida a nova política.

As linhas orientadoras, anunciadas pelo comissário Phil Hogan, preveem um plano estratégico europeu para a PAC, no qual será dada aos países maior margem de manobra para a definição da política agrícola de cada um deles, equacionando mesmo, maior responsabilidade nas ações de controlo. Este novo Quadro (e a nova PAC) exigirá uma administração mais eficaz, com capacidade técnica para desenhar e implementar uma política mais adaptada àquilo que sempre defendemos: a especificidade da agricultura portuguesa.

Será esta uma oportunidade para concretizar esse desejo antigo e, ao mesmo tempo, terminar com grande parte das criticas sobre a inadequação das regras comunitárias à nossa agricultura? Ou, pelo contrário, estaremos, perigosamente mais perto, de sonhar com uma política feita de “múltiplas especificidades”, mas sem um rumo nem impacto na agricultura portuguesa em geral? Ou ainda, a um passo de transformar a PAC numa política social? Depois do annus horribilis que agora findou, esperemos que 2018 seja isento de tragédias, que nos traga a chuva, de que tanto precisamos, e a inteligência para ajudar a construir uma PAC promotora da modernização e do desenvolvimento da agricultura portuguesa. Façamos de 2018 um annus faustus!