O consórcio constituído pela ADVID - Cluster da Vinha e do Vinho, a Águas do Norte, a Poças - Sociedade Vinícola Terras de Valdigem (SVTV), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Veolia Portugal, anuncia a implementação de uma instalação piloto, a partir da qual será possível proceder à irrigação de vinhas com recurso a águas residuais tratadas numa das ETAR que integram o sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal, e que permitirá igualmente o aproveitamento dos nutrientes e fertilizantes presentes na mesma.

A instalação integra o projeto REGADOURO, que em 2023 foi um dos projetos selecionados pela Fundação ”la Caixa” ao abrigo do programa “Promove. O futuro do interior”, realizado em colaboração com o BPI e em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), para apoiar a fundo perdido Projetos-Piloto Inovadores que contribuam para o desenvolvimento das regiões do interior do país.

Tendo em vista a promoção da eficiência ambiental e económica do setor, o projeto REGADOURO tem como objetivos fundamentais não só o de aumentar o conhecimento sobre a reutilização de água tratada na rega, como também o de fomentar o aproveitamento dos nutrientes e fertilizantes presentes na mesma, contando para esse efeito com o conhecimento científico da UTAD, com o apoio técnico da ADVID e com a contribuição tecnológica da Veolia.

Desde 2019 que Portugal dispõe de um regime jurídico que regula a produção e a utilização de ApR (Água para Reutilização), obtida a partir do tratamento de águas residuais. Existindo na Região Demarcada do Douro diversas Estações de Tratamento de Água Residual (ETAR), em proximidade com as respetivas vinhas, verifica-se um enorme potencial de reutilização das mesmas, que justifica o estudo de todos os aspetos que demonstrem que esta utilização é segura para as pessoas, para os solos, para as plantas e para o vinho.

Ao desenvolver um novo método de aproveitamento de águas que seriam desperdiçadas, o projeto contribui para acelerar o cumprimento da Agenda 2030, aprovada a 25 de Setembro de 2015, nomeadamente através da minimização dos efeitos da seca e da escassez hídrica no território e na redução da carga de águas residuais rejeitadas em áreas sensíveis.


Fonte: ADVID, 25/09/2023