O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, anunciou a abolição da carne de vaca nas cantinas daquela instituição de ensino superior a partir de Janeiro de 2020.

O anúncio foi proferido durante a cerimonia de recepção aos estudantes, e a medida justificada com a “emergência climática” e a necessidade de “colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada”.

A decisão suscitou de imediato a indignação por parte dos agricultores e a CAP emitiu o Comunicado que se segue:


CAP LAMENTA DECISÃO IMPONDERADA E ESPERA QUE ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS MANIFESTEM A SUA DISCORDÂNCIA

 

Lisboa, 17 de Setembro de 2019 – A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) manifesta a sua profunda perplexidade relativamente à notícia respeitante à eliminação da oferta de carne de vaca nas 14 cantinas alimentares da Universidade de Coimbra.

 

A invocada “emergência climática”, desígnio que a todos convoca, não deve – não pode – servir de pretexto para a tomada de decisões infundadas, baseadas em alarmismos incompreensíveis. Esta decisão, tomada num contexto universitário, espaço de liberdade e de conhecimento, ainda causa maior perplexidade.

A anunciada imposição, que privará alunos, professores e funcionários, de um elemento que faz parte da dieta alimentar portuguesa e mediterrânica, é uma limitação à sua liberdade de escolha e contribui para confundir os portugueses, porque é alarmista e assenta em pressupostos infundados. 

A Agricultura, onde se inclui a floresta e pecuária, é a principal atividade desenvolvida pelo Homem que mais contribui para a captura de carbono. O esforço de descarbonização faz-se com a Agricultura e com os Agricultores e não contra a Agricultura e contra os Agricultores. 

As pastagens biodiversas fixam mais toneladas de CO2 do que aquelas que são emitidas, ou seja, há um balanço positivo, que será tão mais positivo quanto mais produzirmos em território nacional com o nosso tradicional tipo de produção. 

A redução das importações e o desenvolvimento da Agricultura e da produção nacional, contribuirá para a captura de carbono e para a diminuição da pegada ecológica, ao mesmo tempo reduzindo o saldo da balança comercial.

Condenamos a adoção de uma medida deste tipo, que contraria o que devem ser políticas públicas responsáveis e coincidentes com a estratégia nacional de desenvolvimento sustentável e de descarbonização da economia. 

Apelamos a que alunos, professores e funcionários se oponham a esta decisão.